Esse projeto começou com a definição de um plano diretor para garantir as melhores localizações para a construção de quatro casas, cada uma para um cliente diferente, amigos que decidiram comprar um bom lote de terreno localizado à beira-mar, mas também dentro dos limites de um floresta tropical e perto de uma reserva de mangue. Os clientes são artistas (duas casas), cineasta e curadora de arte, apresentando assim diferentes necessidades, visões e demandas. Embora cada casa tenha sido projetada de acordo com as definições de clientes específicos, o plano diretor foi desenvolvido com base em duas questões importantes: 

1. Cada casa está localizada em uma clareira, para evitar a supressão da vegetação existente; 
2. O projeto ser orientado de acordo com as linhas de visão da paisagem natural circundante;

Casa concebida para artista plástico, sob dois requisitos principais:

1. Ser construída majoritariamente em madeira… 
2. Em dois níveis funcionais, que permitam “sentir” a natureza próxima (inserção no meio da floresta) e vislumbrar a paisagem distante, condicionada à presença do mar, rio e manguezal. 

A solução recaiu sobre a distribuição do programa em dois planos. O térreo comporta sala e cozinha integradas, além da lavanderia e banheiro. Este pavimento fica na cota de 75 cm acima do terreno e é bastante permeável visualmente, deixando o espaço integrado à floresta, garantindo interação com os sons, o movimento das árvores e luminosidade difusa. O pavimento superior é onde ficam os dois quartos, banheiro principal e escritório. Cada quarto tem varanda situada na altura da copa das árvores, mas com vistas garantidas para a paisagem distante. Apenas o corpo central da casa é em estrutura de concreto, e comporta escada, cozinha e banheiros. O restante da casa é toda em madeira: pilares, vigas, esquadrias, pisos… o que trouxe grande prazer para a equipe de arquitetura quando da etapa de detalhamento de elementos construtivos!